sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Linha 59



Vocês podem ler, na revista Desenredos, um texto meu sobre a poesia de Orides Fontela — autora que muito me serve na minha impressão/teoria de que a melhor poesia brasileira dos últimos quarenta anos foi/vem sendo feita por moças, mulheres e senhoras. Mas não é disso que trato. E nem do que desejo falar no momento: relendo o texto, percebi que não explorei as relações evidentes e possíveis entre Orides e o Imagismo, sobretudo na produção de H.D.
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Além disso, após escrever e enviar o ensaio, comecei a ler a obra completa Li Ch'ing-Chao e fui percebendo que também não levei até onde poderia a leitura e a indicação do que é oriental (sobretudo taoísta) na escrita de Orides. Um dos seus poemas que cito, por exemplo, é idêntico a certo trecho de um poema da autora chinesa. Leia-se:
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A água fragmentada ascende
em brancura dinâmica
e no ápice de si constrói o arco
de que perenamente cai
regressando à unidade de seu ser.
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e, na tradução de Rexroth, os versos mais simples de Li Ch'ing-Chao:
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(...) Water after
Its nature, when spilt, at last
Gathers again in one place.
yyys
Ficam, então, como anotações para desenvolvimento futuro.