quinta-feira, 15 de julho de 2010
Linha 47
quinta-feira, 1 de julho de 2010
Linha 46
Manchei meu queixo com sumo rubro-
-negro de romã
Comi romãs durante o outono
sabendo que as sementes eram símbolos
do retorno
66666666 Toda noite tão próximos da morte
Toda noite a morte vivendo conosco
66666666 Já faz tanto tempo
66666666 que vivemos morte.
Quantos meses mesmo?
Caminhei bastante junto ao rio
entardeceres sss rosto molhado sss mãos nos bolsos
olhando o pôr-do-sol e o contorno das luzes
dos barcos indo lentos
lúcidos na névoa
777777777777777777 além da miséria
inflexíveis.
ooo
Milhares de pássaros—voaram de
sua boca em sua morte,
sssssssssssssssssssssssssssss como você disse
sssssssssssssssssssssssssssss que voariam
e me assustaram:
ssssssssssssssssssssssss Eles ainda me assustam.
48 meses se passaram e as batidas
daquelas asas assombraram, sss encheram
666666666666666666666666666666666 este quarto
999999999999999999999999999999999 onde eu
agora sento e escrevo, o quarto
onde você morreu:
555555555555555555555555 um rufar
de asas atravessou essas paredes.
888888888888888888888888888888 Algo parou.
888888888888888888888888888888 Algo
é incapaz de seguir adiante.
888888888888888888888888888888 As asas agora
888888888888888888888888888888 estão quietas
888888888888888888888888888888 & eu vou de
888888888888888888888888888888 um lado pra outro
666666666666666666666666666666 com movimentos
tão sutis e imperceptíveis porque não posso
respirar nessa quietude
333333333333333333333333333333333 & forçar
aquele movimento
66666666666 aquelas asas enormes
voando outra vez